«Os grandes constrangimentos no âmbito da CPLP são as dificuldades de desenvolver um intercâmbio. E a Biblioteca Virtual da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa permitiria um conhecimento e um intercâmbio alargado entre os vários países membros», disse Maria Angélica Ribeiro, coordenadora do serviço de Cooperação para o Desenvolvimento do Gabinete de Assuntos Europeis e Relações Internacionais do Ministério da Educação de Portugal.
Durante a sua intervenção no Seminário Internacional de Língua Portuguesa e suas Literaturas, que decorreu hoje e terça-feira no Rio de Janeiro, Maria Angélica Ribeiro, admitiu, contudo, que há muitos problemas dentro da CPLP para a utilização dessas novas tecnologias. O governo português considera a biblioteca digital um instrumento muito importante para a afirmação da língua e da identidade comum dos países lusófonos e defende que a divulgação das obras mais lidas em cada um dos oito membros da CPLP seja feita pelo Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP).
O professor da Universidade de São Paulo (USP) José Luiz Fiorin disse que o principal objectivo da biblioteca virtual é ser um registo do mundo lusófono. «É um objectivo geopolítico: o de se fazer presente num mundo globalizado em que no momento conteúdo da «web» em inglês é de 70% e em português, apenas 2,5%», realçou.
Segundo Fiorin, além de tornar-se um registo da arte, literatura e cultura dos países lusófonos, a biblioteca virtual criará um «reconhecimento identitário», constituindo-se num «importante instrumento de transmissão cultural e de democratização do conhecimento». «É um factor identitário, um lugar onde nos reconhecemos como pertencentes a uma comunidade com uma origem comum, mas que apresenta uma diversidade muito grande», salientou."
Fonte: Diário Digital - 13-12-006
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